Sejam todos bem vindos no Blog EaD na Facul, desenvolvido por Helen Cristine Bido Brandt Dellosso. Este será um espaço para divulgação e discussão de informações relacionadas não somente à Educação a Distância. O pressuposto maior é compartilhar leituras, apreciações e sugestões a fim de embasar caminhos oportunizando avanços significativos na construção do conhecimento, seja ele cotidiano ou acadêmico.
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EaD na facul
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
terça-feira, 9 de agosto de 2011
GERAÇÃO Z
sáb , 19/6/2010
daniella cornachione
Os responsáveis por contratações nas grandes empresas dizem há tempos que os jovens no começo da vida profissional têm se mostrado exigentes demais, apressados demais, arrogantes demais. Esses novatos estariam também mostrando grande preocupação em preservar um bom equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Em teoria, é uma preocupação saudável, mas muitas empresas estranham que alguém assuma isso no momento em que disputa uma vaga.
Essa conversa ganhou mais consistência numa pesquisa abrangente, feita pela consultoria americana Universum com universitários, parte da geração Y – formada por jovens mais ou menos dos 20 a 30 anos. Trabalhos assim sempre são sujeitos a interpretação, mas ajudam muito a entender as mudanças de comportamento. Todo ano, a Universum entrevista milhares de estudantes no mundo todo. Em 2010, 25 países foram envolvidos. O Brasil foi o primeiro da América do Sul a participar.
O equilíbrio entre vida pessoal e profissional apareceu mesmo no topo das expectativas dos universitários brasileiros no momento — mas americanos e europeus priorizam a questão ainda mais. Outro quesito em que os americanos são mais exigentes é o comportamento ético e responsável da empresa em relação à sociedade e ao meio ambiente: os universitários de lá valorizam mais esse aspecto que os daqui. Os dados da Universum mostram que os brasileiros são menos sonhadores que os americanos e os europeus, apesar de todos valorizarem aspectos parecidos nas empresas.
Uma mudança no pensamento dos universitários americanos pode estar aproximando-os dos brasileiros. De 2008 para 2010, os americanos parecem ter ficado menos exigentes, o que talvez se explique pelo baque da crise econômica mundial. Colocamos mais detalhes na edição desta semana.
Um tópico que não entrou na revista, mas que vale ser abordado, é o embate entre duas gerações nas empresas. A entrada dos Ys no mercado, o começo da ascensão deles a postos de chefia e seu jeito novo de fazer as coisas têm exigido uma reação da geração anterior, os Xs (na casa dos 40 anos).
seg , 14/6/2010
daniella cornachione
Será possível imaginar como vai lidar com trabalho, daqui a alguns anos, a geração das pessoas que estão agora apenas chegando à faculdade? Alguns especialistas em recursos humanos acham que vale a pena fazer esse exercício mezzo sociológico, mezzo futurológico. E o retrato que vem aparecendo é de deixar qualquer chefe de departamento de cabelo em pé.
Os profissionais jovens de agora, que têm até 30 anos e formam a geração Y, já têm recebido críticas — só que as características que moldaram esse pessoal parecem ter se radicalizando na turma seguinte, apelidada de geração Z. Se o Y é questionador, o Z é rebelde sem causa. Se o Y foi mimado pelos pais, imagine a vida mansa que o Z está levando. O Y, na adolescência, já usava muito o computador, mas dividia o tempo com outras atividades. O Z, por sua vez, passa 80% do tempo livre (fora da escola e/ou trabalho) na internet. Essas impressões foram colhidas pela consultoria Dasein, de Minas Gerais. Adriana Prates, presidente da empresa, estuda o tema há alguns anos. “Essa geração tem atividade intelectual e multifuncional fortes, mas também é individualista e superficial”, diz. “Temos de tomar cuidado para não produzir uma geração de pessoas antissociais”.
Os Zs, de acordo com o recorte da Dasein, têm hoje até 17 anos. Ou seja, são crianças e adolescentes, ocupando no máximo cargos de aprendizes e auxiliares, o que dificultaria a avaliação. Adriana leva isso em conta. Não dá para afirmar com certeza que haverá entre os Zs uma parcela anormalmente grande de profissionais displiscentes e mimados, mas a forma como estão sendo educados preocupa. Tempo demais no computador, pouca interação “olho no olho”, falta de limites e expectativa de receber tudo muito facilmente formam uma péssima combinação, segundo a consultora.
A análise da Dasein traz também alguns pontos a favor da nova geração. A intimidade dos Zs com a tecnologia e as redes sociais os torna transgressores na forma de utilizá-las e hábeis para fazer mobilizações virtuais. “Eles são dominados pelas mídias sociais, mas também as influenciam. Estão liderando grandes movimentos na internet”, afirma.
(Adriana acrescenta um detalhe não tem nada a ver com trabalho: eles têm sexualidade livre, espontânea e fluida. “Os Zs se autointitulam bissexuais”, diz.).
Será que veremos, daqui a alguns anos, o pessoal da geração Y reclamando da moçada mais nova que entra no mercado sem conhecer limites, sem paciência e sem humildade?
ter , 18/5/2010
daniella cornachione
Eles são acomodados, dispersivos e perguntam demais; ou, descritos de outra forma, buscam equilíbrio, propósito e recompensa não só financeira com o trabalho. Esses são dois jeitos de enxergar a geração que chegou ao mercado de trabalho após o ano 2000. O que essas visões têm em comum é prestar atenção só à mudança de relacionamento entre o (novo) funcionário e a (velha) empresa ou chefia. Mas os “novatos” não seriam capazes de mudar também, por tabela, a vida dos colegas mais experientes, da turma de 40 anos ou mais?
Sempre lembrando que é impossível classificar pessoas de verdade em caixinhas nas quais se lê ”Geração Y”, ”Geração X” ou “Geração Z”, reuni alguns tópicos sobre possíveis mudanças (positivas) que o pessoal de 30-anos-ou-menos pode causar no mercado de trabalho.
A geração Y…
- leva as empresas a pensar de forma criativa em como balancear a vida familiar e profissional dos funcionários;
- leva as empresas a pensar de forma criativa em como balancear a vida familiar e profissional dos funcionários;
- incentiva as empresas a valorizar e oferecer oportunidades de realização de trabalho voluntário por parte dos empregos;
- estimula os empregadores a oferecer desafios mais estimulantes ao empregado;
- abre novos jeitos de a empresa e as chefias se comunicarem com as equipes.
Essa influência não deve acontecer só por tabela: um levantamento recente da consultoria de recursos humanos Hay Group com 5600 profissionais de até 30 anos mostrou que quase um quinto deles estão em postos de comando. Outra pesquisa, feita no Rio de Janeiro pela Great Place to Work (GPTW), especializada em ambiente de trabalho, sugere que há mais jovens nas empresas consideradas as melhores para trabalhar (embora isso possa ter a ver com um menor nível de exigência e crítica desses jovens para com seus empregadores, diria um cético…)
Será que eles vão mesmo mudar alguma coisa?
GERAÇÃO Y
Edição 219 - Out de 2009
reportagens - comportamento
GERAÇÃO Y
Eles já foram acusados de tudo: distraídos, superficiais e até egoístas. mas se preocupam com o ambiente, têm fortes valores morais e estão prontos para mudar o mundo
rita loiola
Priscila só faz o que gosta. francis não consegue passar mais de três meses no mesmo trabalho. e felipe leva a sério esse papo de cuidar do meio ambiente. eles são impacientes, preocupados com si próprios, interessados em construir um mundo melhor e, em pouco tempo, vão tomar conta do planeta.
Com 20 e poucos anos, esses jovens são os representantes da chamada geração y, um grupo que está, aos poucos, provocando uma revolução silenciosa. sem as bandeiras e o estardalhaço das gerações dos anos 60 e 70, mas com a mesma força poderosa de mudança, eles sabem que as normas do passado não funcionam - e as novas estão inventando sozinhos. "tudo é possível para esses jovens", diz anderson sant'anna, professor de comportamento humano da fundação dom cabral. "eles querem dar sentido à vida, e rápido, enquanto fazem outras dez coisas ao mesmo tempo."
Folgados, distraídos, superficiais e insubordinados são outros adjetivos menos simpáticos para classificar os nascidos entre 1978 e 1990. concebidos na era digital, democrática e da ruptura da família tradicional, essa garotada está acostumada a pedir e ter o que quer. "minha prioridade é ter liberdade nas minhas escolhas, fazer o que gosto e buscar o melhor para mim", diz a estudante priscila de paula, de 23 anos. "fico muito insatisfeita se vejo que fui parar em um lugar onde faço coisas sem sentido, que não me acrescentam nada."
A novidade é que esse "umbiguismo" não é, necessariamente, negativo. "esses jovens estão aptos a desenvolver a autorrealização, algo que, até hoje, foi apenas um conceito", afirma anderson sant'anna. "questionando o que é a realização pessoal e profissional e buscando agir de acordo com seus próprios interesses, os jovens estão levando a sociedade a um novo estágio, que será muito diferente do que conhecemos."
Nessa etapa, "busca de significado" é a expressão que dá sentido às coisas. uma pesquisa da fundação instituto de administração (fia/usp) realizada com cerca de 200 jovens de são paulo revelou que 99% dos nascidos entre 1980 e 1993 só se mantêm envolvidos em atividades que gostam, e 96% acreditam que o objetivo do trabalho é a realização pessoal. na questão "qual pessoa gostariam de ser?", a resposta "equilibrado entre vida profissional e pessoal" alcançou o topo, seguida de perto por "fazer o que gosta e dá prazer". o estudo, desenvolvido por ana costa, miriam korn e carlos honorato e apresentado em julho, tentou traçar um perfil dessa geração que está dando problema para pais, professores e ao departamento de rh das empresas.
No trabalho, é comum os recém-contratados pularem de um emprego para o outro, tratarem os superiores como colegas de turma ou baterem a porta quando não são reconhecidos. "descobrimos que eles não são revoltados e têm valores éticos muito fortes, priorizam o aprendizado e as relações humanas", diz miriam. "mas é preciso, antes de tudo, aprender a conversar com eles para que essas características sejam reveladas."
berço digital § e essa conversa pode ser ao vivo, pelo celular, e-mail, msn, twitter ou qualquer outra ferramenta de comunicação que venha a surgir no mundo. essa é a primeira geração que não precisou aprender a dominar as máquinas, mas nasceu com tv, computador e comunicação rápida dentro de casa. parece um dado sem importância, mas estudos americanos comprovam que quem convive com ferramentas virtuais desenvolve um sistema cognitivo diferente.
uma pesquisa do departamento de educação dos estados unidos revelou que crianças que usam programas online para aprender ficam nove pontos acima da média geral e são mais motivadas. "é a era dos indivíduos multitarefas", afirma carlos honorato, professor da fia. ao mesmo tempo em que estudam, são capazes de ler notícias na internet, checar a página do facebook, escutar música e ainda prestar atenção na conversa ao lado. para eles, a velocidade é outra. os resultados precisam ser mais rápidos, e os desafios, constantes.
É mais ou menos como se os nascidos nas duas últimas décadas fossem um celular de última geração. "eles já vieram equipados com a tecnologia wireless, conceito de mobilidade e capacidade de convergência", diz a psicóloga tânia casado, coordenadora do programa de orientação de carreiras (procar) da universidade de são paulo. "usam uma linguagem veloz, fazem tudo ao mesmo tempo e vivem mudando de lugar." o analista francis kinder, de 22 anos, não permanece muito tempo fazendo a mesma coisa. "quando as coisas começam a estabilizar fico infeliz", diz. "meu prazo é três meses, depois disso preciso mudar, aprender mais."
Um estudo da consultoria americana rainmaker thinking revelou que 56% dos profissionais da geração y querem ser promovidos em um ano. a pressa mostra que eles estão ávidos para testar seus limites e continuar crescendo na vida profissional e pessoal. essa vontade de se desenvolver foi apontada como fundamental para 94% dos jovens entrevistados pelos pesquisadores da fia. os dados refletem a intenção de estar aprendendo o tempo todo. mas, dessa vez, o professor precisa ser alguém ético e competente.
"Esse ambiente onde qualquer um pode ser desmascarado com uma simples busca no google ensinou aos mais novos que a clareza e a honestidade nas relações é essencial", afirma ana costa, pesquisadora da fia. "não consigo conviver com gente pouco ética ou que não cuida do ambiente onde vive", diz felipe rodrigues, 22 anos, estudante de administração. o sentimento do rapaz é compartilhado por 97% dos nascidos na mesma época, que afirmam não gostar de encontrar atitudes antiéticas ao seu redor, de acordo com os dados da fia. "chegou a hora dos chefes transparentes, alguém que deve ensinar. a geração passada enxergava os superiores como seres para respeitar e obedecer. não é mais assim."
Mas, além de aprender com os superiores, eles sabem que também podem ensiná-los, em uma relação horizontal. os jovens modernos funcionam por meio de redes interpessoais, nas quais todas as peças têm a mesma importância. "a geração y mudou a forma como nós interagimos", diz ana costa. "o respeito em relação aos superiores ou iguais existe, mas é uma via de duas mãos. eles só respeitam aqueles que os respeitam, e veem todos em uma situação de igualdade", afirma.
vida pessoal em primeiro lugar § os sinais mais claros da importância que os jovens dão aos próprios valores começam a piscar no mundo do trabalho. como seus funcionários, as empresas estão flexibilizando as hierarquias, agindo em rede, priorizando a ética e a responsabilidade. e, se no passado a questão era saber equilibrar a vida íntima com uma carreira, hoje isso não é nem sequer questionado: a vida fora do escritório é a mais importante e ponto final.
Uma oficina sobre carreiras com estudantes da faculdade de administração da usp mostrou que a prioridade da maioria deles é ter "estilo de vida", ou seja, integrar o emprego às necessidades familiares e pessoais - e não o contrário. "a grande diferença em relação às juventudes de outras décadas é que, hoje, eles não abrem mão das rédeas da própria vida", diz tânia casado. "eles estão customizando a própria existência, impondo seus valores e criando uma sociedade mais voltada para o ser humano, que é o que realmente importa no mundo."
“VAMOS MUDAR O MUNDO!" Nos últimos 60 anos, três gerações marcaram época e mudaram os valores e o jeito de a sociedade pensar. Agora é a vez da abusada Geração Y |
GERAÇÃO Y (a partir de 1978) >>> Com o mundo relativamente estável, eles cresceram em uma década de valorização intensa da infância, com internet, computador e educação mais sofisticada que as gerações anteriores. Ganharam autoestima e não se sujeitam a atividades que não fazem sentido em longo prazo. Sabem trabalhar em rede e lidam com autoridades como se eles fossem um colega de turma. |
O SENHOR Y |
Bruce Tulgan, 42, fundou uma consultoria e se dedica a estudar os jovens que estão entrando no mercado de trabalho. Seu último livro, Not Everyone Gets a Trophy: How to Manage Generation Y (Nem todo mundo ganha um troféu: como lidar com a geração Y, ainda sem edição brasileira), traça um perfil dessa nova geração. * É lenda urbana ou de fato esses jovens não respeitam os superiores? Tulgan: A geração Y respeita seus superiores, mas não cede de uma hora para outra. Ela não vê as relações em termos hierárquicos. O que eles querem dos chefes é * Isso é porque eles nasceram no que você chama de "década da criança"? Tulgan: Talvez. Essa geração foi superprotegida, educada em uma época em que valorizar a auto-estima e fazer as crianças se sentirem bem era a linha dominante. O resultado foi a criação de uma mentalidade que é uma fonte inesgotável de energia, entusiasmo e inovação que, se não for bem conduzida, pode causar muitos problemas. * E isso fez com que eles se tornassem mais individualistas? Tulgan: Mesmo sendo altamente individualistas e focados nas próprias recompensas, têm uma profunda consciência social, preocupação com o meio ambiente e com os direitos humanos. A maioria tem valores morais muito fortes e tentam viver por eles. |
Elaboração Conceitual e Relação de Ensino
ELABORAÇÃO CONCEITUAL & RELAÇÃO DE ENSINO -
(Apenas algumas anotações)
Helen Cristine Bido Brandt Dellosso
Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo.
INTENÇÃO: refletir sobre a elaboração dos conceitos científicos ou escolares que modificam os conceitos espontâneos ou cotidianos os quais os alunos chegam à escola, pois cabe a escola proporcionar de maneira organizada a transmissão e assimilação do conhecimento elaborado.
“É o aprendizado que possibilita, movimenta e impulsiona o desenvolvimento. O aprendizado é, portanto, o aspecto necessário e universal, uma espécie de garantia do desenvolvimento das características psicológicas especificamente humanas NE culturalmente organizadas.” (REGO, in Oliveira, 2002, p.50)
Faz-se necessário percorrer os passos de Padilha (2008) para orientar esta reflexão:
- A ESCOLA PARA TODOS
Fala-se da democratização ou da “escola para todos”, porém a entrada, na escola, das crianças e jovens que até então não tinham essa oportunidade traz consequências para os dois: a conservação da escola que existia não dá conta de todos e o discurso de que as crianças não aprendem e os professores não estão preparados.
- ALFABETIZAR É COMPROMISSO POLÍTICO
A provinha Brasil tem o objetivo de acompanhar, avaliar e melhorar a qualidade da alfabetização, ou seja, a intenção é averiguar se os alunos da rede pública estão alfabetizados até aos 8 anos e caso não estejam, serão oferecidas oportunidades para atender esses alunos com dificuldades na aprendizagem. Mas os professores conhecem e acompanham seus alunos e se estão aprendendo ou não. O número é alto de crianças no EF que não estão lendo e escrevendo já é fato, mas as providências por meio de “aulas de reforço” sem salas de apoio e sem se saber o que se fazer é um empecilho. Segundo Mèzaros (in PADILHA, 2008) “não haverá universalização da educação sem a universalização do trabalho por serem indissociáveis e substanciais a todos os seres humanos.
- ALFABETIZAR É PRÁTICA PEDAGÓGICA INTENCIONAL E SISTEMÁTICA.
A escola é o espaço social mais importante para aprender ler e escrever, porque não acontece individualmente, a escrita é cultural e depende do contexto social. A partir da alfabetização começa um novo período da elaboração conceitual por meio de experiências concretas de utilização da escrita porque a criança segue quem sabe e se apropria da escrita que são símbolos elaborados culturalmente. As funções superiores que são características próprias dos homens são desenvolvidas graças à leitura e a escrita além de ter a oportunidade de conhecer o mundo de forma científica, desvendar o desconhecido, reivindicar, ter prazer, lazer, informações e apreciar o mundo.
- APROPRIAÇÃO DOS CONHECIMENTOS SOBRE A LEITURA E ESCRITA.
- Independência entre oralidade e escrita: Bakhtin afirma que “a língua não é o reflexo das hesitações subjetivo-psicológicas, mas das relações sociais estáveis dos falantes.” (BAKHTIN, 2004, p.147) Para Vigotski a escrita não é a tradição da língua oral porque se diferencia tanto no funcionamento quanto estrutura não tem som, não tem expressividade corporal nem gestual e por isso a oralidade distancia-se tanto da escrita, dificultando o processo de alfabetização já que exige consciência dessa diferença e a intencionalidade. A relação entre ensino e o aprendizado, não segue correlação temporal porque a instrução antecipa o desenvolvimento, já que o mesmo não obedece a um programa escolar e não há coincidência entre esses dois processos. Então, quando o professor está ensinando é apenas o começo da elaboração conceitual que não é o mesmo tempo que é o tempo letivo. Então, o desafio pedagógico é justamente descobrir a lógica interna do desenvolvimento que do curso diferente da instrução.
- conceitos espontâneos e conceitos científicos: por meio das interações sociais os significados das palavras e das ações vão sendo apropriados nas relações sociais concretas da vida. Esses significados evoluem, transformam-se e agregam novos significados as mesmas palavras e ações. Assim para que a prática pedagógica cumpra seu papel é necessário deixar de ser exclusividade da classe dominante para que haja a oportunidade de transformar o saber espontâneo ou cotidiano em saber escolar e científico. Vale lembrar que nas interações escolarizadas os conceitos espontâneos ou cotidianos são apenas pontos de partida e jamais de chegada para a elaboração conceitual. Para Vigotski os conceitos cotidianos preparam as crianças para a assimilação dos conceitos científicos que são uma grande possibilidade de desenvolvimento pedagógico da criança. Então quanto mais aprendem na escola os saberes organizados, mais se desenvolvem novos modos de olhar os conhecimentos cotidianos.
“as atividades educativas na instituição escolar, diversamente do que ocorre no cotidiano extra-escolar, são sistemáticas, têm uma intencionalidade deliberada e um compromisso explícito (legitimado historicamente) em tornar acessível o conhecimento formalmente organizado. Em tal contexto, os estudantes são desafiados a entender as bases dos sistemas de concepções científicas, a realizar abstrações e generalizações mais amplas acerca da realidade (que, por sua vez, transformam os modos de utilização da linguagem) e a tomar consciência de seus próprios processos mentais (metacognição). A intenção com esses conhecimentos possibilita ao sujeito novas formas de pensamento, de inserção e atuação em seu meio: à medida que expande seus conhecimentos, o indivíduo modifica sua relação cognitiva com o mundo. Em síntese, as premissas vygotskianas ressaltam o papel crucial que a cultura escolar tem sobre o comportamento e o desenvolvimento de funções psicológicas mais sofisticadas.” (REGO, in Oliveira, 2002, p.51)
- aprendemos se já sabemos: a essência do desenvolvimento do conceito é que só aprendemos se já sabemos, pois é um ato de generalização, ou seja, a passagem de uma estrutura de generalização para outra, portanto um conceito mediador de outro. Por meio da conscientização dos conceitos cotidianos elaborados através de suas experiências sociais é possível diferenciar os conceitos científicos. A elaboração conceitual da palavra não é resultado de um processo individual, mas da prática social das crianças em diferentes instituições sociais.
- a elaboração da escrita não é ato individual, mas cultural: “Com a alfabetização um novo período de elaboração da escrita e do conceito da escrita”(PADILHA,2008). É a elaboração conceitual realizada por meio da mediação dos signos, na interação pela linguagem, na linguagem e com a linguagem, então trata-se da utilização da escrita em experiências concretas.
- nossos fundamentos são bases de nossas práticas: quando trabalhamos a escrita de forma funcional a escola passa a ter mais significado para os alunos e professores. A criança elabora conhecimentos e (re) elabora-os com a ajuda e intervenção dos professores. Vai aos poucos compreendendo as regras que são convenções e que não tem nada a ver com a realidade. Utiliza seus conhecimentos para escrever e por isso precisa da ajuda constante para reformular os conceitos cotidianos. As relações estabelecidas no ambiente escolar com as pessoas e materiais vão oportunizando a aproximação com a realidade e distanciando dela e cabe a escola partir do que a criança já sabe para aprender mais e muitas vezes substituir vários conhecimentos por outros que são científicos ou literários. Para a criança a leitura, a escrita com o passar do tempo, não é apenas um sistema simbólico, mas ao escrever elaboram visões de mundo, do papel da escrita na sociedade e a conquista de direitos. “Vivida como linguagem a escrita é código, é técnica, é significado, é objeto de conhecimento, é forma de interlocução, é modo de agir, é modo de dizer as coisas e os sentimentos.” (PADILHA, 2008); por isso a linguagem que é a conversão dos modos de interação na realidade sociocultural é a passagem obrigatória para a inserção cultural.
- finalmente: as experiências por meio das relações sociais são indispensáveis para ampliar as visões de mundo, mas aproveitar as oportunidades é muito mais.
REFERÊNCIAS:
BAKHTIN, Mikhail, Marxismo e Filosofia da linguagem – problemas fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem, LAHUD, Michel & VIEIRA, Yara Frateschi (trad.). 11ª ed. SP: Editora Hucitec, 2004
PADILHA, Anna Maria Lunardi. Conhecimento e elaboração conceitual: relações de ensino. XI Seminário Capixaba de educação Inclusiva. Universidade Federal do Esp. Santo, 2008.
REGO, Teresa Cristina, Configurações sociais e singularidades: o impacto da escola da escola na constituição dos sujeitos. in Marta Kohl de, REGO, Teresa Cristina, SOUZA, Denise Trento R., (org.). Psicologia, educação e as temáticas da vida contemporânea. SP. Moderna, 2002, pp.47- 76.
A concepção de Educação à Distância
Concepção de Educação à Distância (*)
Mestranda em Educação – Núcleo de Práticas educativa e Processos de Interação
PPGE/UNIMEP
Muito se tem discutido a respeito de EaD (Educação à Distância) e é fundamentalmente o processo de ensino-aprendizagem mediatizado por meio de diferentes e diversas tecnologias, onde professores e alunos estão tão somente distantes no espaço e tempo, ou seja, apesar de não estarem fisicamente lado a lado podem estar ligados com o auxílio da tecnologias, a INTERNET, principalmente.
O ensino sistematizado por uma instituição escolar aqui denominado por EDUCAÇÃO pode ser presencial, semi-presencial (parte presencial/parte virtual ou a distância) e educação à distância (ou virtual). A presencial é a dos cursos regulares, em qualquer nível, onde professores e alunos se encontram sempre num local físico, chamado sala de aula. É o ensino convencional. A semi-presencial acontece em parte na sala de aula e outra parte a distância, através de tecnologias. A educação a distância pode ter ou não momentos presenciais, mas acontece fundamentalmente com professores e alunos separados fisicamente no espaço e ou no tempo, mas podendo estar juntos através de tecnologias de comunicação. (MORAN, 2002)
Dessa maneira a Educação à Distância pode ser realizada do mesmo modo que o ensino regular - ensino fundamental, médio, superior e na pós-graduação.
Vale lembrar que esse tipo de ensino depende ainda mais da responsabilidade, empenho e dedicação, visto que é o aluno quem organiza seus horários de estudo e pesquisa. Por essa razão, alguns autores pensam ser mais adequado para a educação de adultos, por já terem experiências consolidadas de aprendizagem individual e de pesquisa, bem como acontece no ensino de pós-graduação e também no de graduação. (NISKIER, 1989)
Vale lembrar que esse tipo de ensino depende ainda mais da responsabilidade, empenho e dedicação, visto que é o aluno quem organiza seus horários de estudo e pesquisa. Por essa razão, alguns autores pensam ser mais adequado para a educação de adultos, por já terem experiências consolidadas de aprendizagem individual e de pesquisa, bem como acontece no ensino de pós-graduação e também no de graduação. (NISKIER, 1989)
As tecnologias interativas, sobretudo, vêm evidenciando, na Educação à Distância, o que deveria ser o cerne de qualquer processo de educação: a interação e a interlocução entre todos os que estão envolvidos nesse processo.
À medida que avançam as tecnologias de comunicação principalmente a virtual - que conectam pessoas que estão distantes fisicamente como a Internet, o conceito de presencialidade também muda. Essas tecnologias interativas evidenciam a Educação à Distância, o que deveria acontecer em todo e qualquer evento da educação. A presença do professor-tutor é indispensável visto que é ele quem oportuniza o intercâmbio de aprendizagens e construções do conhecimento, muitas vezes à distância.
Referências Bibliográficas
LANDIM, Claudia Maria Ferreira. Educação a distância: algumas considerações. Rio de Janeiro, s/n, 1997.
MORAN, José Manoel. Novos caminhos do ensino a distância, no Informe CEAD - Centro de Educação a Distância. SENAI, Rio de Janeiro, ano 1, n.5, out-dez de 1994, páginas 1-3. Foi atualizado tanto o texto como a bibliografia em 2002.
________. www.eca.usp.br/prof/moran/textosead.htm
NISKIER, Arnaldo. Educação a distância: a tecnologia da esperança; políticas e estratégias a implantação de um sistema nacional de educação aberta e a distância. São Paulo: Loyola, 1999.
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